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O que é a retinopatia diabética?

A retinopatia diabética é uma das complicações da diabetes, provocada por alterações dos vasos sanguíneos do interior do olho. Este problema ocular afeta a visão das pessoas com diabetes a longo prazo, podendo levar à perda parcial de visão ou até mesmo cegueira.

É uma doença de evolução lenta e silenciosa e é mais frequente quando existe mau controlo da glicemia. Cerca de 90% das pessoas com diabetes tipo 1 e 50% das com tipo 2 apresentam lesões na retina ao fim de 20 anos.

 

É possível prevenir a retinopatia diabética?

Sim. A retinopatia diabética pode ser prevenida ou pode adiar-se significativamente a sua progressão.

O risco de desenvolver retinopatia diabética pode ser diminuído mantendo:

- os níveis de açúcar no sangue controlados
- a pressão arterial controlada
- os valores de colesterol sanguíneo dentro dos parâmetros normais

A alimentação saudável e a prática do exercício físico são também fatores determinantes para a sua prevenção.

 

Quais os sintomas da retinopatia diabética?

Os principais sintomas da retinopatia diabética são:

- visão turva ou enevoada
- visão com manchas
- pontos negros ou flutuantes no campo de visão (moscas ou teias de aranha)
- perda de visão

A maioria dos doentes não refere nenhuma alteração relevante até a doença estar numa fase mais avançada. Por se tratar de uma doença que evolui de forma silenciosa daí ser muito importante realizar o rastreio.

 

O que é o rastreio da retinopatia diabética?

O rastreio da retinopatia diabética tem por objetivo detetar atempadamente esta doença em pessoas com diabetes.

Através de um exame visual, é possível detetar eventuais alterações vasculares da diabetes que afetam a retina e que podem causar perda de visão ou cegueira. Quando esta doença é detetada numa fase inicial, é possível tratá-la de forma eficaz.

 

A quem se destina o rastreio da retinopatia diabética?

O rastreio da retinopatia diabética é destinado a todas pessoas com:

- idade igual ou superior a 12 anos
- tenham sido diagnosticadas com diabetes tipo 1 há 5 ou mais anos ou com diabetes tipo 2 no ano de diagnóstico

 

Qual o exame que se faz no rastreio da retinopatia diabética?

Este rastreio consiste na realização de um exame à retina, denominado Retinografia, que permite observar e captar fotografias do fundo ocular. Trata-se de um procedimento simples, não invasivo nem doloroso, e que tem a duração de cerca de 5 minutos.

 

Quando devo procurar o médico oftalmologista?

Todos os doentes com diabetes devem fazer anualmente um exame ocular para rastreio de retinopatia diabética. Os doentes com diabetes tipo 1 devem começar o rastreio anual 3 a 5 anos depois do diagnóstico. Doentes com diabetes tipo 2 devem começar os exames anuais logo após o diagnóstico.

 No entanto, sempre que note alguma alterações da sua visão deve procurar o seu médico oftalmologista o mais rapidamente possível.

 

Como é tratada a retinopatia diabética?

 A principal recomendação médica em relação à retinopatia diabética é a prevenção. Além de procurar controlar o diabetes, o paciente deve fazer exames de fundo de olho anualmente e, quando detetado este problema, deverá fazer as revisões conforme a orientação do seu oftalmologista.

O principal tratamento da retinopatia diabética é o controle clínico rigoroso dos valores  da glicemias e da pressão arterial. Os resultados dos tratamentos oftalmológicos terão influência direta do controle de suas doenças de base.

 

Quando achar necessário, o seu médico oftalmologista pode-lhe sugerir tratamentos como:

· Fotocoagulação: Este é um tratamento a laser que permite impedir o aparecimento ou regredir os vasos anormais que se formam na retina.

 · Injeção Intravítrea: Este tratamento consiste na injeção intraocular de compostos que vão impedir o desenvolvimento de vasos anormais na retina.

 · Vitrectomia: Esta é uma cirurgia que permite remover o sangue que pode sair dos vasos da retina para a parte central do olho (humor vítreo).

 

Também é sugerido a Cirurgia a Laser, mas é muito importante deixar claro para o paciente que o tratamento com o laser visa “controlar” a retinopatia diabética e, geralmente, não provoca uma melhora visual.

Não se deve esquecer que a retinopatia diabética é uma doença crónica e que o tratamento não permite curar a doença mas apenas atrasar ou até mesmo impedir a progressão. Assim, é necessário um acompanhamento com avaliações periódicas, que permitam detetar a existência de novos sinais da doença.